Certo 8 de março eu precisei ir ao banco pagar algumas contas e enquanto aguardava na fila do caixa, um funcionário com o sorrisão no rosto me entregou uma rosa. Eu simplesmente não aceitei. Ele não entendeu. Já que o 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Ora, uma rosa para outra rosa. Argh!!!!
Nossa, mas quantas mensagens eu recebi ... 'Parabéns às mulheres!',e aquele blábláblá todo... Lógico que no meio desse clichê ridículo não poderia faltar aquele comentário super cafajeste, né? ' Hoje é o dia da mulher... porque os outros 364 dias são do homem...'
Precisamos entender uma coisa, o 8 de março é o Dia Internacional de LUTA das mulheres. Em 1910, a socialista Clara Zetkin teve a iniciativa de escolher essa data em relação às 129 trabalhadoras assassinadas na Fábrica Cotton(EUA) em 1857. Em 1917, as mulheres russas também também nessa data saíram as ruas exigindo 'paz, pão e terra'...
Não queremos flores nesse dia. Não queremos liberação na empresa para ter o dia de spa(cabelo, unha 0800 no trabalho). Não queremos falsas gentilezas.
Ora, não sabe? Mas não é só ela, não. Ouço constantemente mulheres relatando que sofreram algum tipo de violência durante e após o parto. Virou algo comum. Essas práticas violentas estão incorporadas à nossa cultura de parto e essas mulheres nem percebem a violência que sofreram, que faz parte, que é assim mesmo. Oi???
QUEREMOS igualdade de gênero! QUEREMOS creches em nossos locais de trabalho! QUEREMOS decidir sobre o nosso próprio corpo! QUEREMOS um BASTA À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES! CHEGA DE MACHISMO!
E um ponto que precisa ser muito discutido é sobre O COMBATE À VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA.
Hãm? Como assim?, me perguntou uma conhecida que é obstétra recém formada...
Mas que violência é essa?
Citarei alguns exemplos dessa crueldade que passam despercebidos...violência física: Cortar a vagina (episio) sem a devida autorização; Empurrar a barriga para dar 'aquela' ajudinha para o bebê sair; obrigar a mulher a ficar deitada, ou qualquer outra posição que não seja a desejada pela gestante; o excesso de toques; obrigam a mulher a fazer a lavagem (enema); rompimento de bolsa...a violência verbal: "Na hora estava gostoso, não teve esse chororô!", "está gritando porque? agora vai chamar a mamãe? (essa frase foi dita especialmente para mim! #vontadedematarocarniceiro), "Você quis parto normal, não foi? Então aguente as concequências!"; cesáreas desnecessárias entre outras coisas!
Sabe o que parece? Que as cesarianas sem indicação aparente estão para às mulheres de classe média, assim como os partos ditos normais (cheios de intervenções como o meu) são destinados às mulheres de uma classe mais baixa que dependem do hospital público. Será?
Acho que está na hora de mudarmos isso. Eu defendo o direito da mulher decidir o que é melhor para ela e o seu bebê. Sou a favor do parto natural sim, e sei que a cesáriana salva vidas quando bem indicadas. Agora, sou totalmente CONTRA A BANALIZAÇÃO. Estamos vivendo na DITADURA DOS OBSTÉTRAS CESARISTAS. E o pior disso tudo que eles mentem para convencer a mulher.
Chega de desrespeito a um momento tão especial para as mulheres.
"Para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer" - Michel Odent
Participem do TESTE DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA proposta pela Lígia Moreiras Sena.
Qualquer dúvida, acessem esse link e participem.
"Para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer" - Michel Odent
Participem do TESTE DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA proposta pela Lígia Moreiras Sena.
Qualquer dúvida, acessem esse link e participem.
P.s. Amanhã postarei sobre o ato que eu e Gui fomos hoje no Largo da Carioca! Aguardem.
Gostei muito do texto amiga, agora espero que as pessoas participem do teste que é extremamente importante. Precisamos dar um basta a essa violência.
ResponderExcluirUm beijo, Denise
Oi,
ResponderExcluirEstou passando pra convidar vc pra participar de um sorteio bacana, um livro legal que fala como nós mãe podemos mudar a sociedade, simplesmente educando nossos pequenos!
www.sublimeamordemae.blogspot.com