ei, você! saia da zona!

imagem: Maíra Libertad

A imagem acima foi postada (e autorizada, okay) por uma ativista (coisamarlinda) ontem num grupo de discussão do qual faço parte. Após ter visto, imediatamente rolou um 'recordar é viver' sobre como eu agi durante a árdua busca pelo parto normal.

Eu sabia que: 

• se durante o pré natal não fosse detectado nada grave, demorô-já-é-partiu parto normal;
• se durante o pré natal eu tivesse coisas do tipo: pressão alta, DG eu encararia uma cirurgia sem estresse. (hunf, B-O-B-I-N-H-A! MITO E MITO)
• se eu não encontrasse um profissional (leia-se, obstetra! nem passou pela minha cabeça parir com parteira, achei que era coisa de ryka) que suuuuuper topasse acompanhar um parto normal eu acabaria em uma cirurgia desnecessária.
• que eu não ia aguentar a dor então eu precisava juntar dinheiro para pagar o anestesista.
• que o meu plano de saúde era o Ó e só me dava direito de parir num lugar onde a taxa de cesáreas era beeeem alto, ou seja, sem o profissional 'certo' eu não ia parir lá. 

Foi bastante difícil essa caminhada em busca do parto normal, ainda mais sem um suporte emocional por trás, onde me vi sozinha e sem apoio. Quando encontrei um obstetra que afirmou que fazia, não passou pela minha cabeça que era caô. Juro que não pensei. Fui ingênua, mas como todos os outros foram bem claros quanto a não acompanharem o parto normal, caí na ladainha dele.

Dos exemplos que a Maíra citou:

• Não tive problema quanto à distância, pois a maternidade do plano era do lado da casa da minha mãe e ainda perto, 2 hospitais públicos (HU e Federal). 

• Quanto ao dinheiro, eu achava que era algo mega-ultra-power caro. Ora, algumas amigas gastaram uma boa grana com suas cesáreas, minha melhor amiga chegou no hospital particular que o plano cobria, já parindo, mas como nasceu 2 dias antes do vencimento da carência, teve que pagar 5 mil. Então, eu fiquei muito tensionada com o lance da grana, até porque estávamos (e ainda) bem na mierda. Consegui juntar uns 1500,00 sei lá porque, mas me disseram que esse era o custo de um anestesista e como eu fui convencida que não aguentaria a dor, levantei essa grana. Que acabou nem sendo usada para o parto. :( 

• Ah, se ia demorar ou não... pouco importava.

• Era revoltante pagar a poha de um plano de saúde e não conseguir parir! Infelizmente eu insisti nessa tecla. 

• Só tive experiências bizaaaaarras com GO´s ou seja... (espero um dia ...)

• Minha mãe era suuuuuper contra essa idéia louca de índia. Onde já se viu parir! Ou seja, EU NÃO ERA CAPAZ. #ahfroid... ela fez duas cesáreas (necessárias ou não?!!!) e lógico que o meu GO só queria o meu bem ($)!

• Marido dizia que no meu corpo, eu decido. Quase um tamujunto! Ou seja, não era nenhuma pedra no caminho.

• Deus? Quem? Cuma?

Ou seja, eu não me preparei de verdade e NÃO SAÍ DA ZONA DE CONFORTO. 

Hoje eu sou uma nova mulher e muito bem informada. Sei dos riscos reais caso eu necessite passar por uma cirurgia. Mas na próxima vez será diferente. E o primeiro passo que eu tomei rumo ao parto que eu QUERO foi ter feito um plano de parto (farei uma postagem sobre isso, aguardem) e na boa mesmo... o segundo passo é que já internalizei o quanto eu vou CAGAR  #litros para a opinião dozoutros (leia-se: família e amigos que não sabem poha nenhuma de nada apenas vivem suas vidinhas baseadas no senso comum sem NENHUM embasamento científico que só servem para atrapalhar). O terceiro passo é fazer um planejamento quanto ao dinheiro, pois com o mínimo de organização é tranquilo pagar uma equipe que realmente vai me respeitar. O quarto passo... é informar mais o marido. E o resto é o resto #eviceeversa hahahahaha tô certa ou não tô?

E VOCÊ? JÁ SAIU DA ZONA DE CONFORTO?????